quinta-feira, 19 de maio de 2011

Abrindo arquivos...


Somos dominados por uma urgência para que as coisas dêem certo... Mas, o que é o certo? Será que isto existe? Passamos a vida esperando que algo mágico aconteça, enquanto ela insiste em nos mostrar que ela está aí, acontecendo todos os dias... 
Nesta semana fui surpreendida por algumas emoções e sentimentos que faziam tempo que não me visitavam com tanta intensidade: medo, tristeza, raiva e frustração. Como lidar com a frustração e aprender que nem sempre tudo é do jeito que se imagina e que se espera? Não há uma receita pronta para enfrentar isso. Aprender a lidar com expectativas, exercitar a tolerância e ter paciência tem a ver com a forma de sermos. Cada um vai descobrindo e experenciando de maneira singular os acontecimentos da vida. E isto é o que há de mais bacana.
A vida é uma série de eventos e podemos aprender a partir daquilo que se repete cotidianamente, mas às vezes não percebemos aquilo que se apresenta insistentemente, ou quando percebemos não sabemos como lidar com isso. Isso me faz lembrar o que escuto muitas vezes na clínica: “por que isso sempre acontece comigo?”.  Não é fácil olhar para aquilo que nos faz sofrer e nem sempre conseguimos fazer isso sozinhos, às vezes até temos um amigo com quem podemos contar, que nos acolhe. Outras vezes ter esse amigo já não é o suficiente, aí é necessária a ajuda de um profissional, que pode ser um psicólogo, que vai auxiliar a olhar para o sofrimento em si e como lidar com ele.
Ficar lamentando o que perdeu ou o que não fez, é não ir para o campo das possibilidades, para o novo. Isto me faz lembrar música da qual gosto muito e que ultimamente tem rondado minha vida: “Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, até quando o corpo pede um pouco mais de alma, eu sei, a vida não para... a vida é tão rara...” (Paciência – Lenine). E como diz Gonzaguinha: “...vamos lá fazer o que será”.
Há-braços

4 comentários:

  1. Ju.. ótimo!!!
    Em poucas palavras você disse muito...
    A vida nao precisa ser perfeita... e na imperfeição, na dor, na frustração abre-se a "porta mágica" do novo, do crescimento.
    Resta então, escolher passar pela porta ou ficar lamentando a existência dela...
    Valeu!!!

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  2. Iris,

    Adorei sua reflexão... deixemos a porta aberta para o novo vir nos visitar...

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  3. A partir da imagem de um livro que se deixa explorar pelo vento sob a luz do dia, estabelecendo contato com o infinito do mar e do céu podemos não só pensar sobre a potência da natureza externa, mas também sobre o que é humano: esta imperfeição da perfeição que pretendemos ser.
    Ser que não cabe em uma existência, que transcende pelo conhecimento e se acumula em livros, história. Bjs Pat

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  4. Pat,
    Como sempre você me emociona!!! Entrar em contato e deixar-se explorar...
    Há-braSUS

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